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Oncoguia pede à população e às autoridades públicas mais atenção ao câncer de pulmão

Segundo a presidente da organização, em sua participação, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, é preciso priorizar a criação de programa de rastreamento para pessoas de alto risco para o câncer de pulmão, bem como a oferta de diagnósticos e tratamentos mais ágeis e efetivos. Desinformação, preconceitos e falta de empatia seguem sendo gargalos com relação à doença

Por Administrador em 01/09/2021 às 13:18:41

Reforçando o seu posicionamento de apoiar, informar e defender os direitos dos pacientes com câncer, o Oncoguia, organização sem fins lucrativos (ONG), apresentou à deputada Flávia Morais (PDT-GO), a importância de se discutir esse tema. A parlamentar prontamente protocolou um requerimento para realização de audiência pública na Câmara dos Deputados. O câncer de pulmão é o mais letal do mundo. A cada 30 segundos, alguém, em algum lugar do mundo, morre de câncer de pulmão. São 1,59 milhões de mortes pela doença, que mata mais do que o câncer de mama, de próstata e colorretal juntos. No Brasil, entre 2018 e 2020, 30,2 mil novos casos de câncer de pulmão, traqueia e brônquio foram diagnosticados. Além disso, quase 20% as pessoas que receberam a notícia do câncer eram no pulmão.

Durante a audiência pública realizada na semana passada, Luciana Holtz, presidente do Oncoguia, citou os principais gargalos e também algumas ações que podem ajudar a melhorar esse cenário, elencando prioridades para o combate, controle e cuidado com a doença. Essa lista de recomendações nasceu da escuta constante dos pacientes e também de encontros com especialistas.

Preconceito, desinformação e baixa empatia, bem como estigmas por conta da doença está diretamente associada ao tabagismo foram colocados como ponto de atenção. O foco deve também estar na ampla divulgação de sinais e sintomas e, em especial, considerando que, segundo uma pesquisa do GLCC - Global Lung Cancer Coalition, 50% dos entrevistados não conseguiram citar ao menos um sintoma da doença.

É importante seguir avançando nas políticas de controle do tabagismo, o que inclui a PL 362/2018 sobre o tratamento do tabagismo pelos planos de saúde, bem como iniciar uma séria discussão sobre a priorização de programas de rastreamento para pessoas dos grupos de alto risco para o câncer de pulmão.

Segundo dados do Radar do câncer de pulmão do Oncoguia, 85,6% dos pacientes iniciam seus tratamentos já nos estágios III e IV. A sugestão para esse grave gargalo é partir para a sensibilização de médicos da atenção básica para detecção precoce do câncer de pulmão, assim como melhorar e agilizar o acesso aos exames, ao pneumologista e ao diagnóstico precoce.

"Precisamos caminhar. Realmente prevenir mais, seguir combatendo o tabagismo, e criar estratégias que nos permitam diminuir as taxas elevadas de diagnósticos avançados. Para os pacientes diagnosticados, precisamos garantir o acesso a esse novo, possível e transformador cenário no diagnóstico e tratamento. São muitas as novidades que revolucionaram o cenário do câncer de pulmão, que precisam ser discutidas e disseminadas, pois estão ainda muito distantes daqueles que mais podem se beneficiar, os pacientes. Hoje, o paciente de câncer de pulmão, que convive com uma doença em um estágio mais avançado, pode e quer viver mais e melhor, precisamos garantir que isso realmente ocorra".

Um exemplo disto, é a corredora amadora Claudia Lopes, que teve o diagnóstico de pulmão em 2014 e quatro anos depois precisou lidar com uma recidiva. O câncer voltou com vários nódulos nos dois pulmões e Claudia segue em tratamento com terapia-alvo. Além disso, apoia-se na atividade física para enfrentar a doença e não deixou de correr pelas ruas.

"A conscientização da população é muito importante para desmistificar questões como a de que somente o cigarro é um fator de risco para o câncer de pulmão. Eu não era fumante. Informações e esclarecimentos podem facilitar toda a jornada do paciente. Quanto mais falarmos sobre o câncer de pulmão, mais pessoas poderão ser beneficiadas", afirmou Claudia.

A professora Iane Cardim também concorda ser preciso discutir sempre as diversas perspectivas do câncer de pulmão. Ela enfrentou muitas dificuldades com o diagnóstico da doença, em 2015. "Durante seis meses fui tratada como se tivesse uma sinusite. Cheguei a perder quase 20 quilos. Eu era fumante, mas o cigarro não é o único fator de risco, e isso precisa ser cada vez mais debatido", ressaltou Iane

Ambas são voluntárias do Oncoguia e compartilharam suas histórias com o câncer de pulmão, em uma live promovida pelo Oncoguia, que está disponível no Youtube no canal TV Oncoguia. A discussão contou ainda com a participação da presidente do Oncoguia Luciana Holtz e do oncologista Fernando Moura.

Conheça o radar do câncer do Oncoguia:

http://www.radardocancer.org.br/painel/pulmao/

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