A passagem dos 100 anos de criação da Federação Catarinense de Futebol (FCF) foi destacada em uma sessão especial promovida na noite desta última quinta-feira (29) na Assembleia Legislativa. Durante a solenidade, foram homenageados personalidades, clubes e instituições que contribuíram para o desenvolvimento da federação ao longo da sua história.
A iniciativa para a realização do evento partiu do deputado Carlos Humberto (PL), que destacou a atuação da entidade no fomento e na organização do futebol no estado.
"O futebol é nossa principal prática esportiva e Santa Catarina se faz representar nas principais competições nacionais, em todas as suas séries, seja no Campeonato Brasileiro, seja na Copa do Brasil, nos campeonatos internacionais. E é através da federação, que se dá a organização e a participação desses clubes. Então, nada mais justo que o poder legislativo estadual prestar esta homenagem durante a passagem do centenário da federação."
Presente à sessão, o presidente da Associação dos Cronistas Esportivos de Santa Catarina, José Bonifácio Telles, fez um resgate da trajetória da FCF, desde a sua fundação, ocorrida no dia 12 de abril de 1924 nas dependências do Gymnasio Catharinense (atual Colégio Catarinense), em Florianópolis, até os dias atuais. No princípio, a entidade, designada como Liga Santa Catharina de Desportos Terrestres, organizava não só torneios de futebol, mas também de atletismo e tiro ao alvo.
Para Telles, foi graças ao trabalho de amparo e organização da FCF que os clubes catarinenses conseguiram superar, ao longo dos anos, a falta de apoio financeiro, conseguindo se projetar nacionalmente e alcançar títulos como a Copa do Brasil, campeonatos brasileiros nas séries B e C, e a Copa Sul-Americana.
"Se nós não temos uma força econômica, uma cidade metrópole, nós não temos condições de buscar recursos para brigar com os grandes clubes do futebol brasileiro. Então, temos que encontrar na agilidade pensante dos nossos dirigentes, as saídas mais próprias para cada momento. E este é um problema do futebol de Santa Catarina que vem sendo superado, certamente, pela qualidade técnica e pelo desdobramento do nosso povo."
Um dos homenageados da noite, o atual presidente da FCF, Rubens Renato Angelotti, afirmou que a entidade atualmente é responsável por organizar todos os anos 20 campeonatos, em categorias que vão do infanto-juvenil ao profissional, nas modalidades masculina e feminina.
Ele disse que um dos maiores traumas na história da entidade foi a queda, em novembro de 2016, do avião que transportava a equipe da Chapecoense para final da Copa Sul-Americana, que vitimou 71 pessoas, entre as quais atletas e dirigentes esportivos.
"Foi muito fatídico o que aconteceu e a gente ainda sofre com aquilo, porque perdemos muitas pessoas queridas do meio do futebol, que estavam no auge no time da Chapecoense, que vinha desenvolvendo e fazendo ótimas campanhas. É algo que ficou marcado, certamente."
Ele disse ainda que um dos principais desafios atuais na federação é dar seguimento ao trabalho realizado pelo ex-presidente da entidade, Delfim Pádua Peixoto Filho, que também faleceu durante a queda da aeronave.
"Delfim foi um presidente que trabalhou 31 anos pelo futebol catarinense. Eu era vice dele e assumi todo esse legado, tentando fazer e continuar aquilo que ele deixou. Delfim foi um homem que lutou muito pelo futebol catarinense no Brasil, brigando muitas vezes na CBF pelos nossos clubes e eu estou tentando seguir o caminho dele, o que não é fácil."
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