Na contramão de outros segmentos que reduziram as ofertas de emprego, o mercado de trabalho do setor de tecnologia de Santa Catarina apresenta rápida recuperação, após os impactos da pandemia. Somente em abril, foram criadas 1.249 novas vagas com carteira assinada no estado, atrás apenas de São Paulo (3.309). Após quatro altas consecutivas, SC encerra o primeiro quadrimestre com um saldo positivo de 4.117 postos formais de trabalho. Os dados são do Observatório da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério da Economia.
O resultado demonstra a rápida retomada do segmento após os impactos, principalmente, no início da pandemia. Nos primeiros quatro meses de 2020, Santa Catarina acumulou saldo negativo de 248 postos. Só em abril do ano passado, por exemplo, foram fechadas mais de mil vagas de emprego em SC.
"As empresas foram provocadas a produzir tecnologia e inovação desde o início da pandemia, e a ACATE apoiou iniciativas e as transformações fundamentais neste processo. Agora, o segmento em Santa Catarina avança rapidamente para atender a essa demanda reprimida e as empresas, entidades e demais atores estão preparados para isso", afirma o presidente da ACATE, Iomani Engelmann.
Entre as atividades econômicas com maior volume de contratações em abril em SC, destacam-se os serviços de tecnologia da informação (539); fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (413) e atividades de prestação de serviços de tecnologia da informação (186).
Segundo o levantamento, o perfil dos novos funcionários contratados no estado é de 28 anos, com salário de cerca de R$ 2,6 mil e destaque para a função de montador de equipamentos elétricos (aparelhos eletrodomésticos).
Florianópolis é destaque nas contratações
Florianópolis concentra grande parte das contratações no estado entre janeiro e abril, com 1,4 mil novas vagas. Com esse desempenho, a capital catarinense aparece como a quinta cidade brasileira em admissão de novos colaboradores neste período. No município, a cada mil novas vagas geradas neste ano, mais de 850 foram na área de tecnologia. Em São Paulo, por exemplo, esse número cai para 70.
Em Florianópolis, o destaque são os postos de trabalho no setor de tratamento de dados e hospedagem na internet, com mais de 800 vagas geradas, atrás apenas de São Paulo nesta atividade.
Foco na preparação de profissionais
A ACATE também atua para formar profissionais para ocupar esses novos postos de trabalho, que estão sendo gerados na área de tecnologia. Uma das iniciativas recentes para qualificar essa mão de obra é o DEVinHouse, que visa impulsionar a formação de desenvolvedores no período de nove meses. O projeto, em parceria com SENAI e empresas associadas, começou em novembro de 2020, com 40 alunos. Ao final do curso, uma parte deles será contratada pela empresa patrocinadora.
"Santa Catarina, assim como o restante do país e mundo, enfrenta um grande desafio no setor de tecnologia da informação, que é a busca por profissionais capacitados para suprir uma demanda maior do que a oferta. É algo a ser enfrentado de forma coletiva, num esforço conjunto entre instituições de ensino, empresas e associações. Afinal, também é uma oportunidade para a inclusão social de novos talentos", destaca Moacir Marafon, vice-presidente de Talentos da ACATE.
Em maio, foram abertas novas inscrições para o DEVinHouse. Para 2021, estão previstas mais quatro turmas. Assim, devem ser formados, no total, mais 225 desenvolvedores neste ano.