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Corpo de Bombeiros Militar combate incĂȘndio no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro

Por volta das 18h de domingo, 3, o incĂȘndio foi extinto e a confirmação feita com o uso de drones

Por Administrador em 06/12/2023 às 16:01:56
Fotos: Divulgação / CBMSC

Fotos: Divulgação / CBMSC

Após mais de 24h de atuação, as equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) combateram o incĂȘndio em vegetação na Enseada de Brito, em Palhoça. A corporação foi acionada às 14h22 de sĂĄbado, 2. Equipes da Polícia Militar Ambiental (PMA), da Brigada do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e do helicóptero Águia da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) também atuaram no atendimento.

As equipes encontraram dificuldade para acessar os focos de incĂȘndio, jĂĄ que se tratava de uma ĂĄrea de banhado com vegetação na altura da cintura. Durante toda madrugada de domingo, 3, as equipes do CBMSC em Biguaçu, Rancho Queimado, Santo Amaro da Imperatriz e Palhoça atuaram no local. Pela manhã, militares do Grupamento de Busca e Salvamento (GBS) em Florianópolis apoiaram com sobrevoo de drones para verificação dos focos ainda existentes.

Os trabalhos de combate às chamas seguiram durante todo domingo, 3, e foram executados por trĂȘs equipes, divididas em pontos estratégicos mapeados durante sobrevoo do helicóptero Águia-02 da PMSC. O CBMSC estava com 12 militares no local, sendo que nove estavam atuando no combate e trĂȘs realizando o monitoramento por meio de sobrevoo de drones. A Polícia Militar Ambiental estava com 19 integrantes em combate e a Brigada do Parque, com cinco.

Área atingida

De acordo com a Polícia Militar Ambiental (PMA), estima-se que o incĂȘndio tenha afetado uma ĂĄrea de aproximadamente 150 hectares, tendo impacto direto na vegetação de restinga, local em que habitam animais como cĂĄgados e jabutis, cachorro-do-mato, gato-do-mato, anta, ouriço-cacheiro, cobra coral, cobra-cipó, lagarto teiú, jacaré do papo amarelo e diversas outras espécies de aves.


Plano de ContingĂȘncia

O Plano de ContingĂȘncia (PLACON) para organizar o modo de enfrentamento aos incĂȘndios na Baixada do Maciambu é formado pela Defesa Civil de Santa Catarina, em conjunto com o Instituto do Meio Ambiente (IMA), Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), Polícia Militar Ambiental (PMA), Batalhão de Aviação da Polícia Militar de Santa Catarina (BAPM), Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), Polícia Civil (PC), Defesa Civil Municipal, Secretaria de Segurança Pública de Palhoça e Instituto Çarakura.

Este plano possibilita que as atuações de combate aos incĂȘndios se tornem mais ĂĄgeis e organizadas em relação aos atendimentos emergenciais, definição de equipamentos utilizados, sinalização dos acessos de combate, organização dos Brigadistas VoluntĂĄrios, entre outras decisões.


Ações do Plano de ContingĂȘncia

O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) que administra o Parque da Serra do Tabuleiro em parceria com a co-gestora da Unidade de Conservação, Instituto Çarakura, o Instituto Tabuleiro, e as demais instituições que fazem parte do Plano de ContingĂȘncia (PLACON) de enfrentamento aos incĂȘndios na Baixada do Maciambú, continuarão realizando ações de fiscalização, a exemplo das constantes rondas preventivas no entorno do parque.

Além da restauração ambiental, a Diretoria de Biodiversidade e Florestas do IMA reforça que o trabalho para conscientizar e orientar a população também continuarĂĄ para estimular as pessoas a adotarem comportamentos imprescindíveis à conservação ambiental como: não realizar queimada de lixo, entulhos, bitucas de cigarro em meio à vegetação, queima de fogos de artifício e extração ilegal da resina de Pinus que é altamente inflamĂĄvel, visto que a maioria dos incĂȘndios na ĂĄrea são provocados por ação humana intencional.


Sobre o Parque

O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, maior unidade de conservação de proteção integral do Estado, foi criado em 1975, com o objetivo de proteger a biodiversidade da região e os mananciais hídricos que abastecem as cidades da Grande Florianópolis e do Sul do Estado. A unidade é administrada pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), com o apoio do Governo do Estado.

O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ocupa cerca de 1% do território catarinense. Abrange ĂĄreas dos municípios de Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São BonifĂĄcio, São Martinho, Imaruí e Paulo Lopes.

Fazem parte do Parque as ilhas do Siriú, dos Cardos, do Largo, do Andrade e do Coral, e os arquipélagos das TrĂȘs Irmãs e Moleques do Sul.


Provocar incĂȘndio em mata ou floresta é crime

Um incĂȘndio florestal é o fogo fora de controle em qualquer tipo de vegetação, seja em mata, plantações seja pastos. Na maioria das vezes, são causados por ação humana. Os incĂȘndios florestais são crime e resultam na redução da biodiversidade, alteração da fauna, redução da umidade do ar, aumento da poluição e perdas materiais. Outras causas são por acidentes causados por fagulhas de mĂĄquinas, rompimentos de cabos de eletricidade e, raramente, causas naturais (raios).

A Lei 9.605/98, chamada de Lei de Crimes Ambientais prevĂȘ que causar poluição de qualquer natureza em níveis que resulte ou possa resultar em danos à saúde humana, provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora, é crime. Essa Lei prevĂȘ multas e até prisão para quem provocar incĂȘndios em mata ou floresta e, também, para quem fabricar, transportar e/ou soltar balões.

Entre janeiro e agosto de 2023, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) atendeu a 1.853 ocorrĂȘncias de incĂȘndio em vegetação. Número pouco menor que nos anos anteriores, mas ainda assim elevado. Em 2022 foram 2.081 ocorrĂȘncias e em 2021 foram 2.733 ocorrĂȘncias do gĂȘnero atendidas.


Tipos de incĂȘndio e a atuação do CBMSC

Por ter uma atuação bastante efetiva na prevenção, as equipes do CBMSC estão sempre prontas para prestar um atendimento eficaz nas ocorrĂȘncias desta natureza. Em alguns casos, é necessĂĄrio acionar apoio das equipes de Forças-Tarefa e adotar estratégias específicas para a situação.

Com base no grau de envolvimento de cada estrato do combustível florestal que são as folhas, pequenos galhos, capim seco, arbustos e troncos de ĂĄrvores é que são classificados os incĂȘndios florestais em: superficiais, de copa e subterrâneos.

Os superficiais tĂȘm potencial para queimar todo material combustível até cerca de 1,80 m de altura, enquanto os de copa se propagam pelas copas das ĂĄrvores, condição onde a velocidade de propagação é maior e mais rĂĄpida em virtude da grande circulação de vento. Os incĂȘndios subterrâneos se propagam através das camadas de húmus ou turfa existentes sobre o solo mineral e abaixo do piso natural da floresta.

HĂĄ equipamentos e ferramentas específicas para este tipo de ocorrĂȘncia que visam proporcionar maior abrangĂȘncia em relação às especificidades do incĂȘndio levando em consideração as características do local, topografia do terreno, tipo de vegetação e tamanho da ĂĄrea atingida.

Nos períodos de maior incidĂȘncia de incĂȘndios florestais, o apoio da aviação é fundamental. Nesses casos são utilizadas as aeronaves de asa rotativa, também conhecida como helicóptero, para o monitoramento e para resgate e descarga de ĂĄgua com o uso de um equipamento móvel reservatório chamado de "Bambi Bucket". Os drones também são fortes aliados nesse tipo de monitoramento. Eles são empregados nas operações de prevenção e combate aos incĂȘndios florestais como uma alternativa segura e econômica para uma fiscalização mais minuciosa das ĂĄreas a serem preservadas, para suporte a queimas prescritas, bem como para monitoramento por imagens convencionais ou térmicas da ĂĄrea das operações.


Prevenção

O CBMSC orienta que a população não faça limpeza de terrenos ou mesmo coloque fogo em lixo ou pastagens. O período de geadas e estiagem são os mais preocupantes, porém a orientação serve para todos os períodos do ano, pois ações como essa podem causar graves acidentes se considerarmos a possibilidade de ventos que costumam acelerar o processo de propagação das chamas. Fogueiras em ĂĄreas de vegetação, bitucas de cigarro na mata ou beiras de estrada são ações que podem parecer inofensivas, mas também podem resultar em incĂȘndios.

Caso aviste um incĂȘndio em vegetação o cidadão deve ligar imediatamente para o CBMSC pelo 193. A tentativa de combate por alguém não capacitado pode ser realizada apenas se o fogo estiver no início, e ainda assim deve ser feito com ferramentas, roupas e equipamentos adequados. Sem os devidos cuidados, a pessoa pode sofrer uma intoxicação pela inalação da fumaça e até mesmo queimaduras em decorrĂȘncia do forte calor.

Considerando os riscos à vida, bens materiais e ao meio ambiente, a principal orientação é evitar o início do fogo, em quaisquer circunstâncias.

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