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ReferĂȘncia nacional, Santa Catarina reforça a importância da doação de órgãos

Por Administrador em 26/09/2023 às 17:02:19
Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom

Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom

Quando se fala em doação de órgãos, Santa Catarina é referĂȘncia no paĂ­s. Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Santa Catarina possui uma das maiores taxas de doação – superior a 40 por milhão de população (pmp) – no primeiro semestre de 2023, contrastando com a taxa nacional em 19 pmp. A não autorização das famĂ­lias no Estado é de 31%, enquanto que a média nacional estĂĄ em 49%.

A secretĂĄria de Estado da SaĂșde, Carmen Zanotto, destaca a importância da doação de órgãos. "O serviço de captação de órgãos, coordenado pelo SC Transplantes, nos Ășltimos 20 anos se transformou numa PolĂ­tica de Estado e ela tem dado essa performance para Santa Catarina entre os estados que mais captam órgãos do paĂ­s. Isso é importante porque um doador pode salvar a vida de, pelo menos, dez pessoas que aguardam por transplantes de órgãos e tecidos".

O ato de amor e solidariedade é lembrado no Dia Nacional da Doação de Órgãos, 27 de setembro, além de todo esse mĂȘs ser dedicado às ações. A data, instituĂ­da pela Lei nÂș 11.584/2.007, visa conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto.

De janeiro a agosto de 2023, a SC Transplantes, vinculada à Secretaria de Estado da SaĂșde (SES), registrou 469 notificações de potenciais doadores. Desses, 208 foram doadores efetivos, equivalente ao Ă­ndice de 41 por milhão de população (pmp) no território catarinense, nos casos de morte encefĂĄlica. No mesmo perĂ­odo foram realizados 1.137 transplantes.

O coordenador da SC Transplantes, Joel de Andrade, reforça os excelentes Ă­ndices alcançados em Santa Catarina. "Uma grande conquista do Sistema Estadual de Transplantes de Santa Catarina é sua taxa de doação de órgãos. Desde 2017, temos mais do que 40 doadores por milhão de população. É um nĂșmero que equivale a mais do que o dobro da média nacional nesse mesmo perĂ­odo. E se nós analisarmos os Ășltimos 18 anos por 14, fomos lĂ­deres isolados em doação efetiva de órgãos para transplante e nos outros quatro anos fomos o segundo melhor estado do Brasil, ou seja, uma liderança incontestĂĄvel".

Entre os hospitais que mais doaram órgãos, nesse perĂ­odo, em primeiro lugar estĂĄ o Hospital Governador Celso Ramos (Florianópolis), unidade própria da SES, com 24 doações; seguido do Hospital Santa Isabel (Blumenau) com 20 doações; e Hospital Nossa Senhora da Conceição (Tubarão) com 19 doações.

ReferĂȘncia em taxas de doação de órgãos no Brasil e na América Latina, Santa Catarina chegou a este patamar por meio de capacitações constantes e desempenho excepcional das equipes das Comissões Hospitalares de Transplantes. "O acolhimento das famĂ­lias dos doadores é, sem dĂșvida, o momento mais delicado de todo o processo. A entrevista familiar é o maior desafio, porque famĂ­lias tratadas com empatia, com humanidade, com carinho, com cuidado, tendem a doar os órgãos. Quando o tratamento é frio, as famĂ­lias rejeitam a possibilidade de doação. Portanto, treinar os profissionais para que executem de modo adequado, humano, empĂĄtico e acolhedor, todo o seu contato com as famĂ­lias, é fundamental para que o sistema de doação tenha bons resultados. E é isso que nós conseguimos fazer em Santa Catarina nos Ășltimos anos, revertendo uma não autorização familiar, que jĂĄ foi de 70% para menos de 30%", explica Joel de Andrade.

HĂĄ 69 instituições hospitalares de Santa Catarina que integram o Sistema Estadual de Doação. Os serviços de transplantes estão distribuĂ­dos em 28 estabelecimentos de saĂșde, sendo que parte deles realiza o transplante de mais de um órgão.


Quem pode doar

Todas as pessoas podem doar órgãos e tecidos. Não é necessĂĄrio deixar nada por escrito, basta comunicar sua famĂ­lia sobre o desejo da doação, pois ela só acontece após autorização familiar.

Como é o processo de doação de órgãos

  • Detecção do potencial doador consistente com morte encefĂĄlica ou cardĂ­aca;
  • Manutenção clĂ­nica do potencial doador (é administrado soro e remédios para os órgãos continuarem funcionando e terem condições de serem transplantados);
  • É feita a comunicação de morte aos familiares;
  • Após, é realizada a entrevista com as famĂ­lias do paciente que não tem contraindicação;
  • Com o consentimento da famĂ­lia, são iniciados o planejamento da logĂ­stica e os procedimentos para remoção dos órgãos;
  • Após a efetivação da doação, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e através do seu registro de lista de espera seleciona os receptores mais compatĂ­veis;
  • Após a retirada dos órgãos, inicia-se o processo de distribuição dos mesmos para serem transplantados.


Do doador para o receptor

A logĂ­stica de transporte após a retirada dos órgãos é uma das etapas mais importantes, pois quanto mais jovens os doadores, mais complexa é a estrutura devido ao potencial de utilização dos órgãos. O Governo do Estado tem à disposição aeronaves da PolĂ­cia Militar e PolĂ­cia Civil, do Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel de UrgĂȘncia (SAMU), tĂĄxi aéreo e voos comerciais, de acordo com a disponibilidade no momento.

Todo o processo movimenta dezenas de pessoas e dura, em média, entre oito e 12 horas, com exceção de órgãos como o coração e o pulmão, que precisam ser transplantados rapidamente, não podendo ultrapassar o tempo de quatro horas.


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